sábado, 8 de setembro de 2012

Mont Serrat


Depois de deixarmos o Palácio Saturnino de Brito, seguimos para o Mont Serrat.


O Mont Serrat é o ponto mais alto da cidade de Santos. Situa-se a cerca de 150m acima do nível do mar. Pra subir do chão ao alto do morro, temos duas opções: ou subir pelo bondinho ou subir os 402 degraus por trás do morro. Eu preferi subir pelo bondinho e curtir a bela paisagem. A tarifa é salgada – R$ 21,00, a ida-e-volta – mas vale a pena.


Tanto a subida quanto a descida do morro são realizados por dois bondinhos que funcionam através do sistema funicular, onde são movimentados por cabos de aço. Eles se movimentam ao mesmo tempo e usam a mesma via. No meio do trajeto, há uma bifurcação para que os dois possam ultrapassar um ao outro, retornando à via principal tão logo haja a ultrapassagem.


Chegando ao alto do Mont Serrat, tem-se a oportunidade de curtir uma visão da cidade de Santos do alto. Pode ser vista boa parte da região do Porto, a região da Rodoviária e a saída da cidade, além de uma parte da baía. Uma paisagem linda.


No alto do Mont Serrat, há um prédio onde fica uma lanchonete e o terminal dos bondes. Nessa lanchonete há várias fotos antigas do Mont Serrat. Naquela construção, funcionava um cassino, que foi fechado nos anos 40 tão logo o jogo foi proibido no pais.

Dentro do prédio, além da lanchonete, ficam expostos algumas fotos que contam um pouco da história do Mont Serrat. História essa que inclui dois desmoronamentos: um em 1928, quando atingiu parte da antiga Santa Casa de Misericórdia de Santos, e outro em 1956, quando atingiu o estacionamento do local.

Um local que, sem dúvida, vale a visita.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O Palácio do Senhor dos Canais


Mais a tarde, depois de ter deixado o segundo passeio de Bonde, sigo até o Mont Serrat. Mas antes, passo pelo Palácio Saturnino de Brito.


Para quem não sabe, o sr. Saturnino de Brito foi o criador do sistema de canais que corta a cidade de Santos. Como a cidade foi construída em local onde periodicamente ocorriam alagamentos, ele criou o sistema de canais visando drenar a água da área urbana e escoá-la até o mar.

A idéia surgiu depois de várias epidemias causadas pelo contato da água das inundações com o esgoto da cidade. No final do século XIX e início do século XX, uma sucessão de epidemias de várias doenças dizimou metade da população da cidade de Santos. Depois desse período, Saturnino foi chamado para reformular o sistema de saneamento da cidade. Suas idéias trouxeram benefícios a todas as outras cidades da baixada até os dias de hoje.


O Palácio Saturnino de Brito é mantido pela Sabesp. Nesse local estão expostos muitos instrumentos de trabalho e móveis usados por Saturnino no período em que foi responsável pelo saneamento básico da cidade de Santos. Além disso, mostra as melhorias que a Sabesp está fazendo no sistema de saneamento básico da região da baixada santista. Tudo relatado por um monitor muito atencioso. Vale a pena a visita. 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Mais do Porto


Fazendo um parêntese nos relatos do dia 21 de julho, mas ainda em Santos, no ano passado fiz um passeio de escuna pela região costeira de Santos. O passeio sai das proximidades da Ponta da Praia. A escuna passa por perto de ilhas próximas e, na volta, passa na região do Porto de Santos.


A grandiosidade do Porto de Santos é algo que fascina. Guindastes gigantescos, vários tipos de embarcações, algumas lotadas de contêineres. O guia foi contando alguns detalhes a respeito do dia-a-dia do porto que, infelizmente, acabei não guardando.


De todo o modo, valeu o passeio e a oportunidade de ver de perto o movimento do porto mais importante do país.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A Zona Portuária



Descendo a Rua do Comércio, chegamos à Rua São Bento. E, na esquina da Rua do Comércio com a Rua São Bento, do lado direito de quem vem do centro, temos o futuro museu Pelé. Aliás, vai ser um museu enorme. Ocupa uma quadra inteira da Rua São Bento, entre as Ruas do Comércio e Tuiuti.


Seguindo pela Rua São Bento, a direita, temos a Estação São Paulo Railway, cujo prédio hoje é ocupado pela Secretaria de Turismo de Santos. Aliás, é nele onde ficam estacionados os bondes. Logo que cheguei, um dos bondes estava sendo colocado pra fora do estacionamento. Era o bonde que levaria os turistas que optaram por almoçar em um restaurante que fica ao lado da Secretaria. Esse era grande e veio da Itália. Lindo.


























E o local onde fica o estacionamento fica no começo da Zona Portuária. Ali é o começo do Porto de Santos. Por ali, podemos ver um transito constante de caminhões pela Rua Antônio Prado. Aliás, a maioria deles em péssimo estado de conservação. Há ainda uma via férrea que corta a Antônio Prado, por onde transitam os trens de carga. Quando os trens, com suas dezenas de vagões chegam, uma fila se forma aguardando a passagem deles. Mais adiante, podemos ver alguns caminhões, em estado não muito melhor do que os que transitam pela Rua Antônio Prado, estacionados a espera da hora e da carga que irão transportar. 


Naquela região, há ainda um galpão antigo do Porto de Santos. A monitora do passeio de bonde disse que esse Galpão será restaurado e transformado em uma área de lazer. Uma forma de trazer mais alegria ao cinzento dia-a-dia do Porto de Santos.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A Rua do Comércio

Nesta segunda postagem da série sobre Santos, vamos à Rua do Comércio.

A Rua do Comércio começa na Praça Rui Barbosa, próximo ao ponto inicial da linha turística de bondes, e termina na Rua São Bento, próximo ao começo da velha zona portuária, da Secretaria de Turismo e do futuro Museu Pelé.


No começo da Rua do Comércio estão os prédios da Bolsa do Café e da Delegacia da Receita Federal. Seguem-se a eles uma sequencia de prédios antigos. A maioria deles em estado avançado de degradação. Em um dos prédios da rua, o “Garagem do Comércio” ainda podem ser vistas algumas pessoas morando no andar térreo em algumas de suas portas. O andar superior, assim como o de vários outros prédios deteriorados, está sem teto. Na fachada do prédio “Garagem do Comércio”, o escritor santista Luiz Vagner Dias, o “Barney Days” deixou um pouco de sua arte. Aliás, uma arte que já faz parte do cotidiano da região.

Seguindo pela Rua do Comércio, vemos mais alguns prédios deteriorados e outros que estão sendo recuperados. Havia ainda alguns veículos de reportagem que estavam estacionados por lá.


Chegando ao final da Rua, pudemos conferir as obras do futuro Museu Pelé. O museu ocupará o quarteirão inteiro da Rua São Bento, entre a Rua do Comércio e Rua Tuiuti, via que ladeia a antiga zona portuária.

A revitalização da Rua do Comércio era algo mais do que necessário. Os bondes turísticos, os textos de Barney Days e a construção do Museu Pelé ajudaram a trazer mais turistas à região e, consequentemente, colaboraram para levar adiante a idéia da revitalização da região. E a revitalização da Rua do Comércio, assim como de outros locais importantes, é algo fundamental para a preservação da história santista.

domingo, 12 de agosto de 2012

Santos! Santos! Booonde...




A partir desta postagem, vamos iniciar uma série sobre o que vi em Santos há algumas semanas.

Logo que cheguei à cidade, fui à Praça Visconde de Mauá. Nessa Praça partem os bondes que fazem o passeio turístico da cidade. Já havia visto bondes mas seria a primeira vez que andaria em um.

O bonde turístico faz um trajeto dentro do centro histórico da cidade de Santos. Aliás, não é um bonde só. São pelo menos dois, que partem alternadamente a cada meia hora. O que eu peguei estava adesivado nas cores do Santos F. C. Dentro havia várias referências às conquistas do clube. Ele tinha ainda um reboque com mais lugares para passageiros. O interior do bonde é muito bonito, todo ele em madeira.

O outro bonde era menor e não tinha reboque. E havia ainda um terceiro, maior e mais bonito. Este era italiano e era usado pelo passageiro do passeio que fosse almoçar em uma escola de chiefs culinários que existe nas proximidades da Secretaria de Turismo (onde também fica o estacionamento dos Bondes). Pelo convênio, esse terceiro bonde completaria o passeio desse passageiro que foi almoçar na escola, deixando-o na Praça Visconde de Mauá.

Andar em um bonde é quase que viver um pedaço do passado. O costume de andar em ônibus e trólebus, que são mais ágeis, passa a impressão de que o Bonde é lento. Mas é a velocidade compatível com a realidade da época em que era usados. Pra quem ainda for andar, é bom ter isso em mente. Mas, por outro lado, é até interessante que seja assim, pois facilita a explicação da monitora.

O ponto ruim do passeio é o excesso de interferências de outros veículos no trajeto dos bondes. Um exemplo são as obras de restauração em alguns imóveis da Rua do Comércio. Os caminhões que levam materiais para a restauração ficam estacionados muito em cima dos trilhos do bonde. Isso faz com que o passeio pare até que o motorista dos veículos estacionados os manobre.

No final do passeio, algo insólito: duas motocicletas estacionadas em local proibido fizeram o passeio terminar antes do final do trajeto. Como os donos não se apresentaram no momento, o condutor acabou liberando os passageiros. Mas, pra azar dos donos das motos, os condutores dos bondes são agentes da CET de Santos. Logo, levaram uma bela multa.

Observação: O passeio custa R$ 5,00 e ocorrem de terça a domingo (incluindo feriados e pontos facultativos) das 11h às 17h.


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Banhado


Sábado passado estivemos em São José dos Campos/SP. Infelizmente foi um dia corrido e acabei não tirando tantas fotos. As duas que tirei são as que ilustram este post. As fotos são do Banhado, imensa área verde existente na cidade. As fotos foram tiradas nas proximidades do Terminal Central.


Pesquisando pela internet, descobri que o Banhado é uma depressão que se estende do centro de SJC até o Rio Paraíba do Sul. Ele tem uma área de 4.320.000km² e fica ao lado do centro urbano da cidade. Antigamente, em períodos de chuva, o Rio Paraíba do Sul transbordava e acabava alagando essa área. Mas desde a construção das represas de Santa Branca e Paraibuna os alagamentos deixaram de acontecer.


Hoje a área tem restrições de uso e ocupação do solo, visando a sua preservação ambiental, paisagística e histórica. A bela vista da imensa área verde do Banhado é um privilégio dos habitantes de São José dos Campos. Privilégio este que poucas cidades podem oferecer.

Este post contou com informações do site Guia Passaport (http://www.guiapassaport.com.br  ).

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Depois de cinco anos...


Depois de muita discussão acerca de sua construção, o Memorial 17 de Julho, homenagem às vítimas do acidente ocorrido com o vôo 3054 da TAM, foi inaugurado. E, curiosamente, o foi em uma noite garoenta e fria de 17 de julho – que também caiu em uma terça-feira, como o fatídico dia. A demora deveu-se, segundo a Prefeitura, a entendimentos entre ela e a proprietária da área, a TAM, acerca da desapropriação.

O Memorial é uma grande praça onde, em seu centro, fica uma árvore que sobreviveu ao incêndio provocado pelo acidente. No entorno da árvore há um espelho d´água onde, na mureta que a ladeia, estão grafados os nomes das 199 vítimas do acidente. Ao fundo do Memorial – que fica do lado da Avenida Washington Luiz, em frente ao Aeroporto de Congonhas – foi construido um pequeno playground para que as crianças da região brinquem.



Abaixo de alguns dos nomes grafados, havia buquês e vasos de flores deixados pelos parentes e amigos das vítimas. E, ao lado do nome do Memorial, há uma bela e singela mensagem, conforme podem ver na foto acima.

Nesses dias pós inauguração, podemos ver uma viatura da Guarda Civil Metropolitana fazendo a Guarda do espaço. Só espero que essa guarda seja realmente efetiva e não um mero colírio para os primeiros momentos.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Há cinco anos...

Em 17 de julho de 2007 às 18h50, uma noite de terça-feira, eu estava a caminho de mais uma consulta com a fonoaudióloga. Era noite e caia uma chuva leve, mas constante. O rádio do carro estava sintonizado na CBN, quando uma repórter noticiou que havia chegado a informação à rádio de um incêndio em um prédio da TAM Express no Aeroporto de Congonhas. Outras rádios falavam em incêndio no hangar da TAM. Enfim, muitas informações desencontradas. Somente depois da consulta, por volta das 20h30, é que soube que a realidade era bem pior: um avião, modelo A320 que fazia o vôo 3054 Porto Alegre-São Paulo, ao descer no Aeroporto de Congonhas, não conseguiu freiar e deixou a pista, atravessado a Avenida Washington Luiz pelo ar e se chocando contra um prédio da TAM Express que ficava do outro lado da avenida. 

Quatro dias depois, no dia 21 de julho, um sábado, estive no local. O sentido bairro da Av. Washington Luiz, em frente ao Aeroporto, permanecia interditado pelos bombeiros. Em meio a centenas de jornalistas e curiosos o clima era de tristeza e indignação. Familiares dos passageiros e dos tripulantes do fatídico vôo fizeram uma manifestação no final da tarde daquele dia, pedindo justiça e melhorias nas condições do transporte aéreo brasileiro para que novos acidentes não voltem a acontecer. Em um dos cartazes estava escrito: “Quantos mais terão que morrer para que alguém tome uma atitude? Menos discurso e mais ação!!!” Infelizmente, o discurso sumiu mas a ação também não foi tomada. 

domingo, 15 de julho de 2012

Em Barnabés

Ontem estive no distrito de Barnabés, no município de Juquitiba, no extremo sudoeste da grande São Paulo. A região de Barnabés fica às margens da Rodovia Regis Bittencourt e é justamente o início do trecho que pista simples, que segue até o pé da serra, já no município de Miracatu. Nesse trecho está sendo realizada a primeira fase da duplicação. Do km 337 ao 338 foi tudo duplicado. Do 338 ao 344 as obras de duplicação estão em andamento.

Quando desci do ônibus, fiquei um tempo às margens da rodovia. Nesse período vi vários garotos soltando pipas às margens da rodovia. E o pior: muitas vezes eles atravessavam a rodovia empinando os brinquedos. Aliás, mesmo entre os adultos essa travessia perigosa é algo frequente. A passarela construída fica um pouco distante do principal núcleo povoado e comercial do distrito. Por conta disso, a população continua atravessando de um lado para o outro através da rodovia.

Logo iniciei uma caminhada para observar o que está sendo feito, em termos de obras viárias. Segui andando pelas margens da rodovia até as proximidades do km 339. Nesse trecho, as moradias são construídas no meio do mato, nos morros ao longo da margem da rodovia. Havia crianças nesse trecho também, soltando pipas dos dois lados.

Caminhando pelo acostamento – que, na verdade, era o pé do morro – achei a capa/contracapa de uma cartilha escolar.  Era de um livro de português. Junto a ele haviam outras páginas rasgadas. Do outro lado da rodovia, alguns garotos continuavam soltando suas pipas. Aos gritos, conversavam com os que estavam no morro do lado da rodovia onde eu estava. Logo, um garoto deixou sua pipa com outro, desceu o morro e atravessou a rodovia quando houve o primeiro vazio no tráfego.

Cenas como estas parecem ser uma constante na região. Região pobre, esquecida e onde a educação mais parece ser algo supérfluo do que algo que realmente vá mudar as vidas desses garotos.