Em 17 de julho de 2007 às 18h50, uma noite de terça-feira, eu estava a caminho de mais uma consulta com a fonoaudióloga. Era noite e caia uma chuva leve, mas constante. O rádio do carro estava sintonizado na CBN, quando uma repórter noticiou que havia chegado a informação à rádio de um incêndio em um prédio da TAM Express no Aeroporto de Congonhas. Outras rádios falavam em incêndio no hangar da TAM. Enfim, muitas informações desencontradas. Somente depois da consulta, por volta das 20h30, é que soube que a realidade era bem pior: um avião, modelo A320 que fazia o vôo 3054 Porto Alegre-São Paulo, ao descer no Aeroporto de Congonhas, não conseguiu freiar e deixou a pista, atravessado a Avenida Washington Luiz pelo ar e se chocando contra um prédio da TAM Express que ficava do outro lado da avenida.
Quatro dias depois, no dia 21 de julho, um sábado, estive no local. O sentido bairro da Av. Washington Luiz, em frente ao Aeroporto, permanecia interditado pelos bombeiros. Em meio a centenas de jornalistas e curiosos o clima era de tristeza e indignação. Familiares dos passageiros e dos tripulantes do fatídico vôo fizeram uma manifestação no final da tarde daquele dia, pedindo justiça e melhorias nas condições do transporte aéreo brasileiro para que novos acidentes não voltem a acontecer. Em um dos cartazes estava escrito: “Quantos mais terão que morrer para que alguém tome uma atitude? Menos discurso e mais ação!!!” Infelizmente, o discurso sumiu mas a ação também não foi tomada.